Poesias Completas de Laurindo Rabelo
Resumo Poesias Completas de Laurindo Rabelo
Poesias Completas de Laurindo Rabelo – Nota informativa
“Grande talento da poesia brasileira”, assim é considerado Laurindo José da Silva Rabelo por muitos de seus biógrafos.
De origem humilde, desfrutou de vida modesta e sofreu vários preconceitos sociais.
Entretanto, fez de sua vida uma constante luta, dedicando-se, incansavelmente, à humanidade.
Seu brilhantismo é destacado e constatado não só nas diversas atividades que desenvolveu como professor, médico, redator da imprensa política de oposição, mas, principalmente, na leitura de seus poemas e na opinião de muitos críticos e admiradores.
Innocêncio F. da Silva, por exemplo, afirma no seu Diccionario Bibliographico Portuguez o seguinte sobre o poeta lagartixa, como também era conhecido: “(…) Poeta que mereceu realmente este nome.
Gênio criador, imaginação ardente, sentimento e verdade na paixão, entusiasmo espontâneo pelo belo, elevação de ideias, colorido e propriedade nas imagens, fluidez e brilhantismo no estilo e uma inspiração potente e abundante, tais são os dotes que caracterizam o talento do Sr. Laurindo.”
Constatamos que as palavras usadas por Laurindo Rabelo eram como verdadeiras armas potentes que atingiam o alvo certeiro. Sabia utilizá-las de maneira singular.
Antenor Nascentes afirma que: “(…) Nos momentos de revolta, usava contra a sociedade a arma da sátira; nos momentos de depressão, mostrava-se um elegíaco (…).
“No poema “Ao visitar o Rio de Janeiro” a sátira é evidente: “(…) Qualquer burro pela lama/Enterra pata e nariz,/Mas este, que com ardis/Chegou a ser senador,/É besta d’alto primor,/É decerto asno feliz.”
Em Poesias Completas de Laurindo Rabelo – Último Canto do Cisne, mesmo sentindo a morte bem perto, combate a hipocrisia com os versos:
“(…) De amigos hipócritas não quero
Públicas provas de afeição fingida
Deixem-me morto só, como deixaram-me
Lutar contra a má sorte toda a vida(…).”
Álvares da Silva, no artigo sobre o poeta, escrito no volume 3 dos Anais da Biblioteca Nacional, diz que
“(…) O seu nome mettia mêdo. Quando a palavra inflammada dos resentimentos ou de altissimas influições em volta de si só via o silencio e a contradicção prostrada (…).”
Por outro lado, a transparência de sentimentos aflorados nos é revelada em vários momentos, quando, mesclando beleza e fina sensibilidade, Laurindo produz versos de emoções agudíssimas como no poema:
Poesias Completas de Laurindo Rabelo – De ti fiquei tão escravo
“(…) De ti fiquei tão escravo
Depois que teus olhos vi,
Que só vivo por teus olhos,
Não posso viver sem ti.
Contemplando o teu semblante
Sinto a vida me escapar
Num teu olhar perco a vida,
Ressuscito noutro olhar (…).”
Lamentavelmente, muitas de suas composições dispersaram-se. Segundo Antenor Nascentes: “(…) Muito do que escreveu se perdeu. Depois de sua morte, amigos solícitos andaram recolhendo daqui e dali poesias e acrescentando-as às edições que publicavam.”
Entretanto, encontram-se aqui poesias líricas, sonetos, centenários políticos, improvisos e modinhas materiais vasto para leitura agradável e excelente oportunidade para mais um contato com a poesia brasileira de qualidade inquestionável.
As edições que utilizamos para o cotejo foram a de 1963, do antigo Instituto Nacional do Livro, organizada por Antenor Nascentes, intitulada Poesias completas, e a de 1855, Trovas de Laurindo José da Silva Rabelo.
O texto foi rigorosamente respeitado, com alterações realizadas somente nos casos de atualização gramatical.
A síncope frequentemente usada pelo poeta foi preservada em todos os casos, visando a não alteração da musicalidade dos versos.
Poesias Completas de Laurindo Rabelo