Um segredo básico para passar
Dica vale também para o Enem!
Se existe alguém que entende de vestibular é o paulista no Vinícius C. Lopes, 18. Encarou a Fuvest aos 13 anos, na 7ª série, e passou na primeira fase. A partir da 8ª, foi aprovado todos os anos como treineiro. Agora ele conquista o primeiro lugar na Fuvest.
O segredo, diz, é o básico: prestar atenção nas aulas.
Maioria encara ensino com repúdio
ENTREVISTA COM VINÍCIOS
O que você acha que foi determinante para conseguir essa façanha no vestibular?
Vinícius – Eu nunca fui de conversar em aula. E isso é importante, porque ou você ouve o professor ou ouve seu amigo.
Isso porque você acha legal o que o professor está falando ali na frente?Ou é por respeito ou hábito?
Vinícius – Hábito e respeito também. E eu nunca deixei acumular as coisas.
Tem gente que deixa tudo pra última hora. Pra que economia de esforço? Então, vai fazendo à medida que vem a lição, à medida que vêm as aulas, vai fazendo… Nunca deixar para amanhã o que dá para fazer hoje…
Vinícius – Porque amanhã pode acontecer alguma outra coisa e não dar tempo.
Você desenvolveu algum método de estudo para o vestibular?
Vinícius – Não, porque encarei o colegial me preparando para a vida.
Como assim?
Vinícius – Por exemplo, eu aprendi biologia pra não ser enganado por nenhum médico. Porque você está num colégio aprendendo tudo aquilo pra uma finalidade. E a finalidade do ensino nunca foi o vestibular. Eu só estudava isso para a vida, para não ser um ignorante. E aí o vestibular veio como consequência.
Mas aí você foi o primeiro do Enem também?
Vinícius – Fui o primeiro do Enem. Nem foi fácil, estava doente no dia. Tinha dor de cabeça, gripe, tive que pegar táxi, almocei muito cedo para chegar na hora. Comecei a prova e pensei não vai dar pé porque aqui estou com metade da minha capacidade.
Tudo o que você faz é assim, sempre com muita consciência, ou é só com os estudos?
Vinícius – Com tudo, não gosto de perder o controle sobre o que eu faço.
E dá pra ter controle de tudo? Nas relações pessoais, nas amizades…?
Vinícius – Dá. A gente tem que ficar atento se a pessoa é uma amiga de verdade ou se também não vale nada, está só te sugando.
Você lê muito?
Vinícius – Nestes anos de provas, a única coisa que eu li, fora os livros da Fuvest, foi jornal.
E TV, você assiste?
Vinícius – Só os noticiários. Assisto o do Bóris Casoy e o Jornal Nacional porque os dois separados são duas coisas horríveis. Então, é preciso juntar os dois para conseguir algo útil. Porque um faz muito comentário infantil, o outro só mostra baboseira, o que não interessa.
Qual é o comentário infantil?
Vinícius – O do Boris. Isso é uma vergonha. Fica toda hora falando que é uma vergonha. Mas sugere alguma coisa? Não sugere nada. E o Jornal Nacional mostra o cara que está lá dentro do sertão costurando piaçava. Eu estou querendo saber disso? Então tenho que assistir os dois pra ter uma ideia.
Como você acha que a maioria dos estudantes de classe média, como os do Objetivo, onde você estudou, encara o ensino, o conhecimento?
Vinícius – Com repúdio. A grande maioria dos meus colegas pensa: Ah, estudar não serve pra nada, amanhã tem festa, depois de amanha tem festa e tem a Copa também. Eu era de uma classe de 60 alunos, 40 eram assim.
E você acha que isso é consequência da baixa qualidade do ensino básico, que não soube conquistar esses estudantes?
Vinícius – Não, a culpa mesmo é dos pais, porque não ensinaram o cara durante o ensino fundamental a prestar atenção. Aí, chega ao ensino médio e o pai está desesperado, mandando o filho prestar atenção na aula. Vai adiantar? Ele não sabe como fazer isso.
E com você, como foi?
Vinícius – Os meus pais me orientaram bem, eu tomei o hábito e pronto.
E namorada?
Vinícius – Não apareceu.
Você curte música?
Vinícius – Não, não curto música. Eu gosto de silêncio.
Nem música brasileira?
Vinícius – Menos ainda. Música brasileira sempre foi nacionalista, contextual. Muita gente acha que eu gosto de música clássica, mas eu não gosto.
Você segue alguma religião?
Vinícius – Não.
Tudo o que não é explicado matematicamente você não acredita?
Vinícius – Não. Mesmo porque tem um monte de fenômenos que o povo faz um grande auê em cima. O negócio da morte, viajar pela morte e tal, é tudo explicável cientificamente. E não que eu siga a ciência como uma filosofia, uma religião. Eu não acredito em anjo, em duende, em superstição. Acredito que, às vezes, o medo comum ou a vontade comum tem influência, mas é disposição psicológica.
Já conheceu os veteranos da faculdade?
Vinícius – Conheci. Foi tudo bem. Lá na matemática não tem piscina, então, não tem massa d’água pra se afogar. Não tem árvores pra pendurar corda. E também estava cheio de pais por lá.
(por Bell Kranz)
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